No que diz respeito à origem etimológica, "cidadania" e "política" deveriam despertar em nós a mesma reação significante. Ambas fazem referência à vida em sociedade, às qualidades ou condições do cidadão, isto é, do indivíduo livre e membro de um Estado que a ele garante direitos civis e políticos e dele exige o cumprimento de deveres e obrigações. Esse era o significado comum a essas palavras em suas respectivas nações de origem, a saber: romana e grega.
Mas é assim que entendemos "cidadania" e "política" hoje?
Mas é assim que entendemos "cidadania" e "política" hoje?
De fato, não. Há uma tendência de rejeição à "política" e de valorização à "cidadania", rompendo assim com o vínculo de natureza semântica existente entre elas. À "cidadania" atribuímos um sentido honroso, nobre, positivo. À "política" associamos o oposto: sujeira e corrupção. Nota-se, desse modo, que a palavra "cidadania", embora ainda conserve seu significado original, vem se enriquecendo pelo uso recente, tornando-se, ao senso comum, superior à palavra "política".
Mas, afinal, o que "cidadania" significa hoje? Aos meus ouvidos parece soar, acima de tudo, como "direito a não exclusão", o que pode ter tudo ou nada a ver com seu sentido etimológico original.
Terá tudo a ver se pensarmos que tanto nas antigas Grécia e Roma nem todos eram considerados cidadãos. Nem todos podiam participar ativamente da vida em sociedade. Havia os excluídos, entre os quais se encontravam os escravos, as mulheres e os estrangeiros. Enfim, nem todos eram cidadãos. Com a atual expansão de significado, "cidadania" deixa de ser privilégio apenas de uma elite e passa a ser um direito de todos que, com voz e voto, podem influenciar no destino do Estado a que pertencem.
Contudo, a palavra "cidadania" terá seu significado desvirtuado se a restringirmos apenas a atos de caridade e políticas assistencialistas; se entendermos por "excluídos" apenas os pobres ou os integrantes de alguma minoria étnica; se não nos atermos ao fato de que a maior exclusão é aquela que priva o ser humano do direito de fazer pleno uso da razão, de ser um agente cognitivo, de agir a partir da própria compreensão de que faz parte do todo maior – a sociedade em que vive – exigindo dela seus direitos e cumprindo para com ela seus deveres.
Infelizmente, parece-me que no Brasil estamos mais inclinados a entender "cidadania" pelo viés do assistencialismo e assim rompendo definitivamente com a semântica da palavra, mas não por obra do acaso. Sabemos que cidadãos inconscientes, ignorantes, são facilmente ludibriados pela classe política, esta sim, uma elite recheada de alienados egocêntricos que teimam em se ver como únicos e verdadeiros cidadãos.
Não é à-toa que, para a maioria de nós, "cidadania" e "política" não tenham o mesmo significado.
Mas, afinal, o que "cidadania" significa hoje? Aos meus ouvidos parece soar, acima de tudo, como "direito a não exclusão", o que pode ter tudo ou nada a ver com seu sentido etimológico original.
Terá tudo a ver se pensarmos que tanto nas antigas Grécia e Roma nem todos eram considerados cidadãos. Nem todos podiam participar ativamente da vida em sociedade. Havia os excluídos, entre os quais se encontravam os escravos, as mulheres e os estrangeiros. Enfim, nem todos eram cidadãos. Com a atual expansão de significado, "cidadania" deixa de ser privilégio apenas de uma elite e passa a ser um direito de todos que, com voz e voto, podem influenciar no destino do Estado a que pertencem.
Contudo, a palavra "cidadania" terá seu significado desvirtuado se a restringirmos apenas a atos de caridade e políticas assistencialistas; se entendermos por "excluídos" apenas os pobres ou os integrantes de alguma minoria étnica; se não nos atermos ao fato de que a maior exclusão é aquela que priva o ser humano do direito de fazer pleno uso da razão, de ser um agente cognitivo, de agir a partir da própria compreensão de que faz parte do todo maior – a sociedade em que vive – exigindo dela seus direitos e cumprindo para com ela seus deveres.
Infelizmente, parece-me que no Brasil estamos mais inclinados a entender "cidadania" pelo viés do assistencialismo e assim rompendo definitivamente com a semântica da palavra, mas não por obra do acaso. Sabemos que cidadãos inconscientes, ignorantes, são facilmente ludibriados pela classe política, esta sim, uma elite recheada de alienados egocêntricos que teimam em se ver como únicos e verdadeiros cidadãos.
Não é à-toa que, para a maioria de nós, "cidadania" e "política" não tenham o mesmo significado.
"O ir e vir semântico: Latim / Português" -
"A semântica latina e suas curiosidades" -http://www.paratexto.com.br/document.php?id=2323
"Dicionário da Língua Portuguesa" - http://houaiss.uol.com.br.
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